VSO needs you

-Quando é que este título deixa de ser ficção?-

Thursday, December 14, 2006

Time's person of the year 2006

The internet is no longer a place where people simply search for information, people are quickly creating their own Net content.
Time Magazine chose you “for seizing the reins of the global media, for founding and framing the new digital democracy, for working for nothing and beating the pros at their own game”.

Wednesday, November 22, 2006

A TLEBS vista por Vasco Graça Moura

"Num site do Ministério da Educação (http/www.dgidc.minedu.pt/TLEBS/CDMateriaisDidacticos/trabalhos/90_Lusiadas _3C.ppt), pode encontrar-se a TLEBS [Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário] aplicada à análise de uma estrofe de Os Lusíadas (II, 12), destinada aos alunos do 9.º ano e qualificada como "corpo linguístico ambíguo". O facto de o ministério ter acolhido o trabalho feito numa escola básica na sua página da rede fala por si.

A estrofe é esta:
Aqui os dous companheiros conduzidos
Onde com este engano Baco estava,
Põem em terra os giolhos, e os sentidos
Naquele Deus que o mundo governava.
Os cheiros excelentes, produzidos
Na Pancaia odorífera, queimava
O Tioneu, e assim por derradeiro
O falso Deus adora o verdadeiro.

Depara-se-nos logo o fac-símile de duas páginas do Canto II da edição de 1572, com o terrível azar de não figurar aí a estrofe em questão... São reproduzidas as n.ºs 63 a 68, não se percebe porquê.

A análise tem coisas extraordinárias. Alguns exemplos:

1. Afirma-se que "o nome próprio Deus nos surge em três posições ambíguas. A primeira é naquele Deus que..., "pressupondo a existência de outros, o que o torna comum e lhe retira o carácter de entidade única".

Acontece que o nome Deus surge apenas em duas posições. E se, na terceira, está implícito, não está como nome. Em vez dele está o pronome "o" [verdadeiro].

A expressão "naquele Deus" não o dessingulariza. Não pressupõe, antes exclui a existência de outros. Basta ler. É um mero expediente enfático e métrico.

Não há qualquer ambiguidade. Deus não é contraposto a outros deuses em termos equívocos. Quando muito, ambíguo seria o verbo no imperfeito do indicativo ("governava", em vez de "governa"), por razões de rima, e isto é que devia ser explicado...

Diz-se também que a segunda e terceira posições da dita ambiguidade do nome próprio Deus estariam em "falso Deus" e "verdadeiro [Deus]".

Volta a não haver ambiguidade: um é falso e o outro é verdadeiro... Aliás, se ambiguidade houvesse, haveria que explicar, em termos empsonianos, que a incerteza ou sobreposição de sentidos funcionaria como recurso de intensificação do efeito poético e da ironia.

2. Pancaia é o nome de uma ilha utópica no Oceano Índico, imaginada por Evémero de Messina (séc. III a. C.). Havia nela árvores de incenso e outras essências vegetais próprias para rituais religiosos. Daí, "os cheiros excelentes, produzidos na Pancaia odorífera" e queimados por Baco. Mas lemos: "o nome próprio Pancaia assume também valor de nome comum devido à presença do determinante demonstrativo '...aquela', constituindo assim uma perífrase de 'Ilha'".

Isto continua a ser puro dislate. Mas o mais bizarro é que o tal determinante demonstrativo "aquela" com tão mágicas e sofisticadas propriedades, NÃO SE ENCONTRA na estrofe analisada!!! É forjado para fins da análise e isto é verdadeiramente grave... E mais grave ainda é o ministério avalizar esta enormidade!

3. Mas há outras coisas pungentes. Noções reaccionárias como sujeito, predicado, complemento directo, complementos circunstanciais, dão lugar a embrulhadas rebarbativas que, do ponto de vista da aprendizagem dos jovens, não adiantam absolutamente nada.

Basta ver como os complementos "...em terra" e "... os giolhos" são descritos. Para o primeiro, temos: "núcleo de um complemento preposicional em posição pós-verbal, constituindo uma unidade sintáctica que serve de locativo à forma verbal põem" e, para o segundo: "núcleo de um grupo nominal que constitui o complemento directo da expressão predicativa anterior". Por sua vez, "... e os sentidos naquele Deus que..." é explicado como "núcleo de um grupo nominal equivalente ao anterior, regido pela conjunção copulativa e que o transforma em complemento directo da expressão predicativa formada pela forma verbal põem".

4. "... produzidos na Pancaia odorífera..." é apresentado como "núcleo de um complemento preposicional seleccionado pela forma verbal 'produzidos' como argumento indispensável". O que é que um aluno vai compreender quanto ao argumento indispensável? De resto, pôr os joelhos em terra e produzir na Pancaia é assim tão diferente? Na Pancaia já não serve de locativo à forma verbal produzidos?

5. "... os cheiros excelentes" acarretam o odor evanescente de um "núcleo de um grupo nominal com função de complemento directo e um Modificador adjectival, em posição de atributo"...

6. "... com este engano Baco estava..." explica-se como "verbo copulativo aqui a assumir um valor absoluto ao dispensar o nome predicativo do sujeito - predicado de uma unidade de hierarquização também secundária". Como é que os alunos vão entender que, muito simplesmente, aquele "Baco estava" quer dizer "Baco encontrava-se ali"?

7. "... e assim por derradeiro, o falso Deus adora o verdadeiro" dá lugar a esta trapalhada: "Predicado da frase que constitui uma oração coordenada copulativa/conclusiva (ligada à anterior pela locução conjuncional e e o conector de valor conclusivo assim)". Parece que toda a frase é o "predicado da frase"…

E o que será pegar em todos os dicionários e onde, na entrada "assim", vem indicado advérbio, alterá-los para se incluir "conector de valor conclusivo"?

8. "Por derradeiro" implica a seguinte explicação deveras transparente: "complemento preposicional aparentemente modificador do sujeito 'falso Deus' no que constituiria uma oração subordinada causal. Na verdade, no contexto, a expressão indica 'Por fim; finalmente' e reforça o valor conclusivo dos elementos anteriores". Quer dizer: formula-se uma hipótese desnecessária, antes de se dar a informação correcta...

Disto se vê como até os professores se enredam nas suas próprias confusões. Escapa à minha obtusidade como é que miúdos de 14 ou 15 anos, ainda por cima mal preparados, vão perceber tudo isto e muito mais nos 45 minutos que são expressamente indicados para a análise em questão. Não lhes chegará todo um ano lectivo à roda desta oitava camoniana!

Com a TLEBS, descobriu-se a maneira de reduzir o estudo de Os Lusíadas no 9.º ano a uma só estrofe das 1102 do poema. Coitado do Tioneu!

O ódio à Literatura atinge o seu paroxismo nestes modelos de autópsia.

Acuso deste crime o Ministério de Educação."
(Hoje, no DN)

Tuesday, November 14, 2006

Formação creditada para professores de inglês - 1º CEB

A Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), do Ministério da Educação, vai realizar a 2ª edição da acção de formação on-line "Gestão Curricular do Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico", de concepção co-participada pela APPI.
Esta acção realizar-se-á entre 6 de Janeiro e 3 de Março de 2007.
Este curso consiste em 25 horas: 16 online e 9 horas presenciais (uma sessão no início do curso e outra sessão no final).
Chamo a atenção para o facto de não se aceitarem inscrições de pessoas que tenham frequentado a 1ª edição. Infelizmente não existe uma iniciativa do ME que abranja estes docentes. Contudo, os professores são dinÂmicos, por isso continuarão a participar activamente no PET e a cooperar na formação de cada um, com cada um.
É com alegria que recordo a origem do rimary English Teachers in Portugal (PET): Surgiu da necessidade sentida pelos profesores que frequentaram a 1ª edição deste curso.
Informação complementar no sítio da APPI e da APPInep.

Saturday, November 11, 2006

Feira da Criança na Cordoaria Nacional

Nos dias 16 e 17 de Novembro terá lugar a Feira da Criança, na Cordoaria Nacional.
Serão preparadas workshops de música, culinária, dança, ciência, condução, astronomia, e ainda cinema, teatro, yoga e algumas prendas para levar para casa.
Por apenas 1 €, as crianças são convidadas a passar uma manhã ou tarde na Cordoaria Nacional, usufruindo de todas as actividades do programa.

Para esclarecimentos adicionais ou inscrições, escrevam para: terraalternativa@gmail.com.

Monday, November 06, 2006

troca de correspondência como motivador da escrita*

Na semana passada recebemos a nossa 1ª carta:)
Espero que seja um excelente motivador e motor da aprendizagem da escrita para estes alunos. Aliás, espero que constitua um motivador geral, uma vez que ainda tenho 3 alunos que nunca estão nas aulas:( O corpo deles está lá, mas a vontade e a curiosidade estão direccionados para outros lados e eu tenho dificuldade em atraí-los.
Adiante! Assim que a funcionária entrou na sala com um envelope enorme, feito em cartolina, todos ficaram boquiabertos - eu também, é claro! - Respondemos quase imediatamente. Digo quase, porque houve necessidade de analisar alguns pormenores bem interessantes. Nomeadamente: O facto da turma dos meninos ser a mesma que a nossa; o facto de o nº de alunos ser igual em ambas as turmas; o facto de haver nomes coincidentes. Dissemos tudo isto na nossa carta e amanhã irão fazer os respectivos auto-retratos, para que a carta possa ser enviada ainda esta semana!

*Com este post, pretendo obrigar-me a escrever sobre a motivação para a escrita e para a leitura e sobre algumas formas de organizar a aprendizagem da escrita e da leitura... espero que funcione!!

Thursday, November 02, 2006

Recompensa na sala de aula

Só para vos relembrar que a discussão online começa já amanhã!!
Leituras aqui. Informação sobre inscrição no grupo online, sem compromisso;)
Vemo-nos por lá!

Tuesday, October 31, 2006

histórias em rede

As pressas obrigam-me a deixar apenas o link.
... mas partilhar é bonito, não é?

Sunday, October 29, 2006

Inscrições abertas - Oficinas de Iniciação ao Modelo

Estão abertas as inscrições para as Oficinas de Iniciação ao Movimento da Escola Moderna. Aproveite quem ainda não o fez!
Quem já o fez, estará num grupo cooperativo, suponho. Se não estão, lembrem-se que ainda vão a tempo e que quem faz a escola, somos nós. Produzam, criem, contribuam!
Até já!

Saturday, October 28, 2006

contratação local - o 1º passo?

Segundo o Público de hoje, o ME pretende finalmente passar a responsabilidade da contratação dos professores para as escolas. A única resposta dos sindicatos limita-se ao queixume lamechas, inútil e vazio de alternativas.
Qualquer pessoa percebe que a actual gestão dos recursos humanos não é viável, pela distância que existe de cada realidade educativa/social.
Lamento apenas, mas compreendo, que a possibilidade de contratação de docentes pelas escolas se limita a contratações a curto prazo - máximo de 9 meses - mas reconheço que se trata de um primeiro passo.

Sunday, October 22, 2006

Consequence and reward in the primary clasroom

Está a preparar-se a próxima discussão no grupo de discussão Portuguese Primary English Teachers' . O tema é "Consequence and Reward in the Primary Classroom”
Preparem as leituras e as perguntas! Começa já no dia 3 de Novembro

Sunday, September 24, 2006

do ensino e da aprendizagem da leitura

Este artigo é de 2000, mas vale bem a pena ler.
Nem todas as comissões independentes são jobs for the boys. Hás as que fazem estudos valiosos, aproveitemo-los!
O "National Reading Panel" afirma que a combinação de metodologias é a forma mais eficaz de ensinar crianças a ler. Eu diria que é também a forma de proporcionar um ensino adequado a cada grupo de crianças e um modo de os ensinar a ler bem.
Ora, isto traz problemas às professoras primárias-domésticas, porque deixam de ter tempo para todos os afazeres da casa e da família.

"In the largest, most comprehensive evidenced-based review ever conducted of research on how children learn reading, a Congressionally mandated independent panel has concluded that the most effective way to teach children to read is through instruction that includes a combination of methods."

The panel determined that effective reading instruction includes teaching children to break apart and manipulate the sounds in words (phonemic awareness), teaching them that these sounds are represented by letters of the alphabet which can then be blended together to form words (phonics), having them practice what they've learned by reading aloud with guidance and feedback (guided oral reading), and applying reading comprehension strategies to guide and improve reading comprehension.

The work of this panel was guided by two unique actions. First, the panel developed a set of rigorous scientific standards to evaluate the research on the effectiveness of different instructional approaches used in teaching reading skills. Second, the work of the panel was conducted in a public forum, which allowed for public input at all of its meetings.

"For the first time, we now have guidance-based on evidence from sound scientific research-on how best to teach children to read," said Duane Alexander, M.D., Director of the National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), which supports research in reading and learning. "The panel's rigorous scientific review identifies the most effective strategies for teaching reading."

The National Reading Panel was established in response to a 1997 congressional directive. Specifically, Congress asked the Director of the NICHD, in consultation with the U.S. Secretary of Education, Richard W. Riley, to convene a national panel to review the scientific literature and determine, based on that evidence, the most effective ways to teach children to read. The Panel is composed of 14 individuals and includes leading scientists in reading research, representatives of colleges of education, reading teachers, educational administrators, and parents. The report, along with more information about the National Reading Panel, is available at the panel's website, http://www.nationalreadingpanel.org.

The NICHD will undertake an aggressive effort to distribute the report and its findings to policy makers, educators, and parents. The NICHD will collaborate in these efforts with the National Institute for Literacy and the Public Libraries Association.

For its review, the panel selected research from the approximately 100,000 reading research studies that have been published since 1966, and another 15,000 that had been published before that time. Because of the large volume of studies, the panel selected only experimental and quasi-experimental studies, and among those considered only studies meeting rigorous scientific standards in reaching its conclusions.

The panel's review focused on the following areas: alphabetic (phonemic awareness and phonics instruction), reading fluency, reading comprehension, teacher education, and computer technology.

Phonemic awareness is knowledge that spoken words are made up of tiny segments of sound, referred to as phonemes. For example, the words "go" and "she" each consists of two phonemes. Phonemic awareness is often confused with phonics, which refers to the process of linking these sounds to the symbols that stand for them, the letters of the alphabet. A comprehensive explanation of these two concepts is available in the NICHD publication, Understanding Why Children Succeed or Fail at Reading.

The panel found that the research conducted to date strongly supports the concept that explicitly and systematically teaching children to manipulate phonemes significantly improves children's reading and spelling abilities. The evidence for this is so clear cut that this method should be an important component of classroom reading instruction.

The panel also concluded that the research literature provides solid evidence that phonics instruction produces significant benefits for children from kindergarten through 6th grade and for children having difficulties learning to read. The greatest improvements in reading were seen from systematic phonics instruction. This type of phonics instruction consists of teaching a planned sequence of phonics elements, rather than highlighting elements as they happen to appear in a text. Here again, the evidence was so strong that the panel concluded that systematic phonics instruction is appropriate for routine classroom instruction.

For children with learning disabilities and children who are low achievers, systematic phonics instruction, combined with synthetic phonics instruction produced the greatest gains. Synthetic phonics instruction consists of teaching students to explicitly convert letters into phonemes and then blend the phonemes to form words. Moreover, systematic synthetic phonics instruction was significantly more effective in improving the reading skills of children from low socioeconomic levels. Across all grade levels, systematic synthetic phonics instruction improved the ability of good readers to spell.

The panel noted that, because children vary in reading ability and vary in the skills they bring to the classroom, no single approach to teaching phonics could be used in all cases. For this reason, it is important to train teachers in the different kinds of approaches to teaching phonics and in how to tailor these approaches to particular groups of students.

The panel also concluded that guided oral reading is important for developing reading fluency-the ability to read with efficiency and ease. In guided oral reading, students read out loud, to either a parent, teacher or other student, who corrects their mistakes and provides them with other feedback. Specifically, guided oral reading helped students across a wide range of grade levels to learn to recognize new words, helped them to read accurately and easily, and helped them to comprehend what they read.

By contrast, the panel was unable to determine from the research whether reading silently to oneself helped to improve reading fluency. Although it makes sense that silent reading would lead to improvements in fluency, and the panel members did not discourage the practice, sufficient research to conclusively prove this assumption has not been conducted. Literally hundreds of studies have shown that the best readers read silently to themselves more frequently than do poor readers, the panel members wrote. However, these studies cannot distinguish whether independent silent reading improves reading skills or that good readers simply prefer to read silently to themselves more than do poor readers. The panel recommended that if silent reading is used as a classroom technique, intended to develop reading skills and fluency, it should be done in combination with other types of reading instruction, such as guided oral reading.

To determine how children best learn to comprehend what they read, the panel reviewed studies of three areas regarded as essential to developing reading comprehension: vocabulary development, text comprehension instruction, and teacher preparation and comprehension strategies instruction.

Although the best method or combination of methods for teaching vocabulary has not yet been identified, the panel review uncovered several important implications for teaching reading. First, vocabulary should be taught both directly-apart from a larger narrative or text-and indirectly-as words are encountered in a larger text. Repetition and multiple exposure to vocabulary words will also assist vocabulary development, as will the use of computer technology. The panel emphasized that instructors should not rely on a single method for teaching vocabulary, but on a combination of methods.

Likewise, the panel also found that reading comprehension of text is best facilitated by teaching students a variety of techniques and systematic strategies to assist in recall of information, question generation, and summarizing of information. The panel also found that teachers must be provided with appropriate and intensive training to ensure that they know when and how to teach specific strategies.

With respect to the overall preparation of teachers, the panel noted that existing studies showed that training both new and established teachers generally produced higher student achievement, but the research in this area is woefully inadequate to draw clear conclusions about what makes training most effective. More quality research on teacher training is one of the major research needs identified by the panel.

Finally, the panel examined the use of computer technology to teach reading. The panel noted that there are too few definitive studies to draw firm conclusions, but that the available information suggests that it is possible to use computer technology for reading instruction. Although not directly applicable to reading instruction, the use of hypertext-highlighted text that links to definitions or related text-may be a useful learning aid in the classroom. Moreover, the use of computers as word processors may also help students learn to read, as reading instruction is most effective when combined with writing instruction."



Artigo a traduzir, quando o meu quarteirão de meninos de 5 e 6 anos de idade me deixarem respirar... porque até lá sou uma barata-tonta que corre atrás deles e diz "vá lá, tem calma"; "lembram-se da regra que definimos ali?"; "pois, assim não se consegue trabalhar, não é? Está muito barulho", ora sussurrando, ora gritando como eles, porque se estou a ficar rouca ao fim de uma semana de aulas, significa que não andarei só a sussurrar. O Outono faz-me destes males, por si só, mas sei que ando a aumentar o volume, coisa que odeio. Mea culpa.



Thursday, September 14, 2006

o ensino público e a boa vontade


Uma sala na capital deste nosso Portugal. As obras não iriam ser feitas pelas entidades responsáveis, por se tratar de um edifício prefabricado e provisório... há quase 30 anos!

As professoras não se deixaram ficar: uma tinha tinta em casa, outra tinha rolos, etc.

Mãos à obra e .... voilá!

Sunday, September 10, 2006

formaçao de professores do 1º CEB

Se há coisa que me enerva, é falarem por falarem, dizerem por dizerem!

Neste site pode ler-se: "Alargamento da formação de professores
Para apoiar os professores do 1.º ciclo na sua prática docente, o ME vai alargar os programas de formação contínua à Língua Portuguesa e ao Ensino Experimental das Ciências, ao mesmo tempo que dá continuidade ao programa de formação contínua em Matemática.

O programa de formação contínua em Língua Portuguesa tem como finalidade contribuir para melhorar o desempenho dos alunos ao nível da leitura e da escrita, durante o período crucial em que estes são formalmente ensinados a ler e a escrever.

Tendo em conta esse período crucial, este programa vai desenvolver-se através de dois subprojectos distintos: um primeiro que contempla a fase inicial de ensino da leitura e da escrita (último ano do jardim-de-infância e 1.º e 2.º anos de escolaridade); e um segundo que incide sobre o uso da língua escrita para aprender a estudar (3.º e 4.º anos)."

Estamos no décimo dia de Setembro e ainda ninguém ouviu datas referentes a esta formação. Querem iniciar oficinas de formação de professores que implicam alterações profundas ao nível da planificaçao a meio do ano lectivo??
Ah, tristeza!

coordenaçao entre professores titulares e professores das actividades de enriquecimento curricular

A propósito das actividades de enriquecimento curricular, encontrei esta pérola:

"A necessária articulação entre as actividades lectivas e as actividades de enriquecimento curricular é assegurada pelos professores titulares de turma, aos quais compete a programação, o acompanhamento e a avaliação destas últimas, em colaboração com os respectivos dinamizadores."

O ME vive num mundo, os professores noutro.

Carga horaria - 1º CEB

Considerando os maus resultados dos alunos portugueses, sobretudo nas áreas de língua portuguesa, matemática e estudo do meio, o ME decidiu definir tempos mínimos de leccionação de cada uma destas disciplinas.

"Assim, os professores devem destinar, no mínimo:

* Oito horas por semana para a Língua Portuguesa, uma das quais para a leitura;
* Sete para a Matemática;
* Cinco para o Estudo do Meio, sendo que metade destas últimas deve ser dedicada ao Ensino Experimental das Ciências.

O restante tempo lectivo deve ser gerido, de forma flexível, pelos docentes, podendo ser utilizado para trabalhar as áreas das expressões ou para reforçar as restantes áreas curriculares."
Nada de novo, para quem trabalha desde sempre de forma organizada, promovendo a transdisciplinaridade. Ficam os números, porque eu própria demorei um bocado a encontrá-los, quando os procurei.

Wednesday, September 06, 2006

Exposição itinerante - ilustração de livros para crianças (e não só!!)

O "Magic Pencil - Children's Book Illustration Today" é uma exposição itinerante que tem viajado pelo mundo desde 2002. O nosso país terá o privilégio de a receber já este mês. A cidade de acolhimento é Lisboa.

Bilhete de identidade:
Quando? 27 de Setembro a 31 de Outubro
Onde? Sala Laman, Centro Cultural de Belém - Centro de Pedagogia e Animação
A que horas? - 2ª a 6ª: das 10h às 13h e das 14h às 17h
- Fim-de-semana: 11h às 13h e das 14h às 18h
Quanto custa? Entrada gratuita
Quem é que pode ir? Toda a gente!

Saturday, August 26, 2006

Reconhecer a melhoria

Este ano lectivo, ao contrário do anterior, a DGRHE colocou administrtivamente os docentes sem que estes tivessem que se deslocar em rebanho às respectivas DRE's.
Considerando a natureza desta afectação (colocação), ou seja, sabendo que dura apenas o tempo de espera por uma vaga a tempo inteiro em outra escola, não fazia sentido que as pessoas perdessem mais tempo com ela.

O que significa para a DREL "oportunamente"?

Mais ridículo é a seguinte alteração no texto:

"Nota: Grupos de Recrutamento 100 (Educação Pré-Escolar), 110 (1º Ciclo), 300 (Português) e 320 (Francês)As informações sobre as afectações administrativas dos Docentes deste grupos serão prestadas oportunamente."
Meus caros,
"oprtunamente" significa na ocasião própria. Ora, na minha opinião, quanto mais cedo, mais oportuno, não? Os cidadãos nem sempre percebem que um ano lectivo se deve preparar ANTES de ter início, de forma a que se possam ir introduzindo alterações e adaptações, à medida que se justifiquem, mas aquilo que este país promove é o trabalho "em cima do joelho". Não será esta atitude demasiado grave e não terá consequências ao nível da saúde escolar/educativa, sobretudo dos mais novos?

Eu ainda tenho esperança e acredito que os anos lectivos acontecerão todos os anos e que ainda vai chegar o ano em que a grande maioria (sim, porque sobrarão sempre as vagas dos que adoecem, morrem, etc.) dos docentes que o queiram fazer, poderão preparar o seu trabalho com antecedência, tendo tempo para conhecer toda a dinÂmica e contexto da "sua" escola.

Friday, August 25, 2006

descubra as diferenças

Ao longo desta semana pôde ler-se:


Aviso - Docentes QZP's da Área da DREL

Avisam-se os docentes pertencentes aos Quadros de Zona Pedagógica da área da Drel que não obtiveram colocação no concurso nacional que, até ao próximo dia 25 de Agosto, serão indicadas no sitío da Drel (http://www.drel.min-edu.pt) as escolas de afectação administrativa, para efeitos do previsto no n.º 5 do art. 51.º do Dec. - Lei n.º 20/2006, de 31 de Janeiro.

Agora lê-se

Aviso - Docentes QZP's da Área da DREL (Alterado)

Onde se lê: "até ao próximo dia 25 de Agosto" deverá ler-se: "até ao final do próximo dia 25 de Agosto"

Avisam-se os docentes pertencentes aos Quadros de Zona Pedagógica da área da Drel que não obtiveram colocação no concurso nacional que, até ao próximo dia 25 de Agosto, serão indicadas no sitío da Drel (http://www.drel.min-edu.pt) as escolas de afectação administrativa, para efeitos do previsto no n.º 5 do art. 51.º do Dec. - Lei n.º 20/2006, de 31 de Janeiro.

Isto é mesmo ridículo, ou sou eu a exagerar? Isto acontece sempre, ou será um exagero meu?

Saturday, August 19, 2006

listas de colocação e não colocação

Estão disponíveis as listas de colocação e não colocação no site da DGRHE.
Este ano aconteceu-me o mesmo que acontecera no ano passado: apesar de pertencer a um quadro de zona, pude ler "não colocada". O mais bizarro é saber que haverá uma turma a precisar de professora, tal como aconteceu no ano passado.

Friday, August 18, 2006

emigrar

A Nova Zelândia parece-me um lugar civilizado, com uma densidade populacional simpática, para onde me está a apetecer ir.
Mais longe, neste planeta azul-quase-cinzento, não há. É o mais longe do mundo para mim. Só isso já é bom!
Calculo que haja por aí mais gente interessada e sabem que adoro partilhar. Tomem e vejam aqui. Meet you there!

Wednesday, August 09, 2006

Using real books with children learning English

Seminário: Using real books with children learning English

Excelentes "speakers", um tema aglomerador e central, quando se fala do trabalho com crianças.

Coordenadas: Harrogate, University of York
Data: 4 a 6 de Abril

Coincide com a "IATEFL Conference", que se realiza de 8 a 12 de Abril

Inscrições e informação complementar: educ12@york.ac.uk
Tel.: + 44 (0) 1904 43248

Monday, August 07, 2006

novo ano lectivo - reuniões de pais

Aproxima-se o início de mais um ano lectivo e estou, como boa workaholic que sou, a prepará-lo na medida do possível. Considerando que sou docente de um Quadro de Zona Pedagógica deveria já saber o que me espera daqui a um mês: qual o concelho, qual a freguesia, qual a escola e qual a turma... É daquelas realidades que aceitamos todos calados, como se de fatalidades se tratassem, quando na realidade se resumem a velhos hábitos vazios de explicação razoável. Parece-me matematicamente simples que, se os concursos de docentes se realizassem dois meses mais cedo, os resultados sairiam dois meses mais cedo. Dir-me-ão que não se poderia calcular o número exacto de vagas, ao que respondo que NUNCA se sabe exactamente qual o número de vagas disponíveis, porque não se sabe quem engravidará, quem morrerá, quem adoecerá, etc., etc.
Adiante, que ser professora primária (do 1º CEB, para não ferir susceptibilidades) representa muito mais do que decisões políticas. Representa um amor e uma paixão desmesurados pelo futuro, a crença de que este mundo pode ser melhor, de que nós (cada pessoa) podemos crescer e ajudar a crescer, a (re)descoberta das ofertas que temos para dar ao mundo, nesta vida que nos é emprestada. Agrada-me esta ideia de que a vida nos seja emprestada, porque nos responsabiliza pela sua correcta utilização:)

Este post todo serve apenas para dizer que faço habitualmente reuniões individuais com os encarregados de educação, porque cada aluno é único e porque acredito que cada família tem direito à sua privacidade.
Contudo, este ano decidi fazer reuniões com todos os encarregados de educação em simultâneo, porque julgo que será uma boa forma de estimular o espírito de comunidade. É evidente que manterei as reuniões individuais sempre que necessário.

Deixar aqui uma lista de "a fazer e dizer na 1ª reunião" poderia ser útil aos novos professores, não poderia?

Saturday, July 15, 2006

dos sindicatos e do ministério

30 mil professores subscreveram um abaixo-assinado contra o Ministério da Educação. Uma pergunta: A favor da educação, não se arranja nada?

Tuesday, June 27, 2006

sucesso na matemática + actividades de enriquecimento curricular no 1ºCEB

Plano de acção para promover o sucesso na matemática

Alargamento e generalização das actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo

Sunday, June 11, 2006

Apelo aos professores conscientes e competentes

No dia 14 de Junho, próxima 4ª feira, reunam-se no Parque Eduardo VII por volta das 16h (suponho que por essa altura o plenário da Fenprof esteja quase a terminar).
Uma manifestação dentro da manifestação. Feita por professores que contribuem diariamente, ano após ano, para a melhoria do ensino em Portugal. Por professores que estão a ser tratados como incompetentes pelo ME e que não são representados pelos sindicatos que existem. Nem sequer pela Associação Nacional de Professores (que está cheia de boas intenções e concordo com algumas, mas isso será outro post), cujo presidente tratou de tecer generalizações, sobre os pais e encarregados de educação, exactamente do mesmo nível das que a Ministra da Educação fez sobre os professores.
Não faço greve, mas vou para a rua!
À maioria dos professores, ou seja, àqueles que não estão em Lisboa, organizem-se e manifestem-se nos vossos distritos!

Saturday, June 10, 2006

Transcrevo aqui uma "Carta aberta e quase íntima à Ministra da Educação..." do Ademar.


Minha Cara Maria de Lurdes Reis Rodrigues
Nos tempos que correm, você é, digamos, a face visível do meu patrão, o Ministério da Educação. Não me sinto, porém, "seu" empregado; sinto-me seu igual. Sou também, como você, professor (há mais de duas décadas), tenho, de vida, alguns anos a mais do que você (para infelicidade minha), escrevo e publico poesia (e sempre gostei de partilhar poesia com os meus alunos, apesar de não ser professor de Português ou de Língua Portuguesa) e, talvez diferentemente de você, quando entrei para a Faculdade, não planeava ser professor, mas jurista. E, antes de ter optado por ser professor, fiz outras coisas na vida: fui tradutor, fui assessor jurídico, fui advogado, fui jornalista, fui gestor comercial. E tenho três filhos, dois dos quais estão ainda no ensino básico e em escolas "públicas", quero dizer, escolas "do Estado". Tenho pensado, escrito e publicado "alguma coisa" sobre educação, currículo que, infelizmente, não lhe reconheço.Não sei, por isso, francamente, entre nós, quem terá mais autoridade para falar de educação e de ensino. Claro: você é a Ministra da Educação: tem autoridade política. Mas não era desta "autoridade" (circunstancial) que eu falava. Referia-me a outra: aquela que decorre da reflexão, da experiência e do interesse (não profissional, corporativo ou político, mas "civilizacional").Tenho, diante dos meus olhos, um Despacho assinado por si, datado de 7 de Junho (ou seja, de anteontem). Está para publicação no Diário da República. Estabelece (transcrevo-o) " regras e princípios orientadores a observar, em cada ano lectivo, na elaboração do horário semanal de trabalho do pessoal docente" (...), "bem como na distribuição do serviço docente correspondente". Define ainda " orientações a observar na programação e execução das actividades educativas que se mostrem necessárias à plena ocupação dos alunos dos ensinos básico e secundário durante o período de permanência no estabelecimento escolar".Não quero discutir consigo o conteúdo do Despacho. É, simplesmente, mais um Despacho, uma fórmula legislativa que os episódicos governantes deste pobre país gostam muito de usar para dar a entender (coitados!) que sabem e que podem. Não leve a mal que a desiluda: de Despachos Ministeriais (bem ou mal intencionados) está o inferno (e Portugal) cheio. Em mais de duas décadas, não sei de nenhum Despacho que tenha, efectivamente, contribuído para mudar a qualidade das aprendizagens dos nossos alunos (quero dizer: dos nossos filhos).Você sabe tão bem quanto eu: precisamos de professores qualificados, profissionalmente autónomos e responsáveis e motivados. Mas não acredite que os crie por Despacho. E com Despachos como este, e com todas as declarações que tem vindo a fazer sobre os professores (e não discuto sequer se com razão ou sem ela), só tem conseguido, liminarmente, uma coisa: humilhar e desmotivar os professores em geral, os competentes e todos os outros. Escolheu, imprudentemente, o caminho errado. Porque você ainda não percebeu que não basta ter autoridade política para "mandar" e para "mudar". É preciso suscitar a paixão, o entusiasmo, a clarividência, o pundonor. E, nesta arte, você tem-se revelado, lamento muito escrevê-lo, completamente incompetente. Conseguiu apenas fazer-se odiar (pelas melhores e pelas piores razões). Não vejo, sinceramente, como o ódio que, actualmente, os professores lhe devotam poderá contribuir para a felicidade dos meus filhos.Lamento muito (repito) escrever isto, porque até comecei por simpatizar consigo. Continuo a considerá-la uma pessoa bem intencionada. Mas, porventura mal aconselhada, errou o método e o alvo. E agora já é muito tarde para voltar atrás e reganhar a confiança daqueles que deveriam ser os seus principais aliados. Com toda a franqueza e com toda a frontalidade, entre colegas, permita-me que lhe diga: acho que deveria demitir-se e dar o lugar a outro. Talvez ao António Nóvoa, agora o seu Reitor, se ele estivesse disponível para colar os cacos que deixou (infelizmente, não acredito que quisesse). Pena que, em devido tempo, não se tivesse aconselhado com ele...

Monday, June 05, 2006

As mini-férias dos professores

No dia 15 de Junho celebra-se o Corpo de Deus. A Fenprof quis aproveitar e antecipar, propondo uma greve. Boa! Dois dias de descanso a meio da semana. Todos sabem o quão cansados andam professores e alunos. As notícias são ainda melhores no caso dos dadores de aulas de Lisboa: só leccionarão na 2ª e na 6ª! Porreiro!

É assim que querem ser levados a sério? Claro que não. Eu percebo a perspectiva: Eles vão pensar mal de nós independentemente da nossa conduta, por isso não há nada a perder... Desculpem, mas tenho de ir ali vomitar porque sou professora.

Não faço greve no dia 14 de Junho, mas vou à manifestação. TODOS À MANIF! TODOS PARA A RUA! Os pais e encarregados de educação deveriam estar lá, ao lado dos professores, porque se nós, enquanto cidadãos, não nos mobilizarmos para alterar o rumo desta carruagem, iremos ter a um lugar horrendo, com duas entradas
- a maioria: dispensas de pessoas, sem acesso ao sucesso
- uma minoria: com "bons" professores, onde se ensine e se aprenda para a elite.

Saturday, June 03, 2006

Professores de inglês no 1º ciclo

Aos professores que estejam a leccionar inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico:





Nasceu um grupo de discussão há cerca de um mês, fruto de um curso de formação online, organizado pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular. Este grupo está a dar os 1º passos, por isso aproveite! Há uma comunidade, vamos dinamizá-la! Dê o seu contributo: partilhe as suas boas práticas, actividades que funcionem com os seus alunos, partilhe dúvidas, receios, alegrias, tristezas, ânimo, desânimo, ideias, projectos...Força!
Disponível aqui e ali ao lado, nos linques.

Wednesday, May 31, 2006

novidades-avaliação

Este país é mesmo católico, como dizia uma nossa senhora da política aqui há uns anos... Aqui ficam os documentos com novidades. Ainda os vou ler, mas acho muito interessante o facto de os pais avaliarem a competência do pessoal docente. Não percebo o espanto do povo! A senhora ministra é que sabe: Com o parto, não vêm só as crianças e as depressões, há uma espécie de dádiva divina que recai sobre os progenitores, fazendo com que tenham uma injecção de formação sobre pedagogia e psicologia. Fantástico.

Organização do ano lectivo 2006/2007

Proposta de alteração do Regime Legal da Carreira do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário

Quanto aos sindicatos, hei-de me pronunciar quando me apetecer, mas tenho que deixar aqui, já, e por escrito que NÃO me representam, enquanto docente. Percebo que se marquem greves para as 6ªs feiras, na medida em que permitem uma mobilização de pessoas oriundas de todas as partes do país para manifestações, mas que se façam greves de zelo! Fazem greve milhares de professores, mas as manifestações têm uma afluência reduzida. Na praia estar-se-á melhor, não duvido.

Tuesday, May 23, 2006

Lei de Basese do Sistema Educativo - 20 anos

A Assembleia da República e o Governo promoveram um debate nacional, organizado pelo Conselho Nacional de Educação. Durante a apresentação do debate, António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, propôs que se consultassem os registos dos últimos meses de debates na Assembleia da República (AR), para que se vissem as tarefas atribuídas à escola. Da educação ambiental à sexual, da toxicodependência à prevenção da gripe das aves, passando pela segurança rodoviária, sensibilização para as questões da violência doméstica e abuso sexual ou a formação cívica dos alunos, pouco fica de fora. António Nóvoa comentou: "tudo isto é certo e ninguém se atraverá a excluir qualquer uma destas tarefas. Mas será que a escola pode faezr tudo isto par além da sua acção primordial? A minha opinião é que não. A escola está sufocada por um excesso de missões e terá de recentrar-se nas actividades escolares."
O professor chamou a atenção para um facto que se verifica no terreno e que qualquer professor profissional (observador, interessado, crítico) pode constatar: o perigo de a escola "passar a ser essencialmente um centro social nos meios mais problemáticos e uma instituição centrada na aprendizagem nos meios mais favorecidos." Faço aqui um parêntesis sem recorrer aos parêntesis porque gosto da palavra parêntesis, para constatar que neste caso a vida de caracol que a maioria de nós leva é vantajosa: temos termos de comparação! Eu, por exemplo ja passei por São Vicente, onde havia ainda problemas de alcoolismo na infância; Funchal, onde os meus alunos se submeteram aos Cambridge YL exams e tiveram resultados excelentes; numa aldeia em Loulé onde a maior parte de uma turma de 3º ano não sabia ler de forma fluente; numa escola em Lisboa onde os meus alunos de 1º ano liam tão bem como os referidos atrás...e fico por aqui para não (me) cansar o leitor.
Referiu também que se continua a planificar para um aluno médio que não existe. Considerando os ritmos de vida que as famílias de hoje têm, e considerando que a escola é um lugar onde a criança passa tantas horas, agrada-me que a escola tenha um infindável número de tarefas, que seja uma insituição humana, sobretudo nos anos iniciais... mas o que é que há de humano em turmas enormes?? Como é que se pode esperar que o professor dê a mão a cada aluno?
Este assunto merecia outro tratamento, mas estou cheia de pressa. Lamento e peço ajuda nos comentários;)

Tuesday, April 11, 2006

"Sócrates" ficou impressionado na Finlândia

Recebi por mail e não posso deixar de partilhar.

Sócrates "impressionado" com sistema de ensino finlandês
Esperemos que as "impressões" se estendam aos pontos centrais da notícia:
1) A Escola Básica de Ressu tem 400 alunos, com idades compreendidas entre os sete e os 16 anos, e 37 professores no quadro. Um ratio professor/aluno de quase 1 para 10. E cá?
2) A autarquia suporta todos os custos de funcionamento, incluindo livros e outros materiais escolares. por cá, ainda estamos no percurso inverso. Será para manter?
3) O primeiro-ministro quis saber se os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem são ajudados com aulas extra, mas os responsáveis da escola explicaram-lhe que esse tempo lectivo suplementar era considerado desnecessário. Por cá, as aulas de substituição estão na moda. É para manter?
4) Depois de ler uma história em inglês, o professor pediu às crianças para abrirem os respectivos computadores e seleccionarem um programa informático de aritmética - apelo que foi cumprido imediatamente. Em banda larga ou estreita, o ratio de computadores/aluno ainda não é de 1/1, como lá. Para alterar?
5) Nas conversas que teve na escola, José Sócrates ficou ainda mais espantado quando ouviu que na Finlândia os melhores alunos "querem ser professores"."Não é por causa do salário, que não é muito elevado. Ser professor significa respeitabilidade social", explicou uma das directoras daEscola Básica de Ressu. E por cá, como se tem tratado a respeitabilidade dos professores?
Não basta ficar impressionado, é preciso perceber porquê...
Participe no nosso Blog http://alma_lusa.blog.pt/

Tuesday, March 28, 2006

XX ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Cada um de nós tem a obrigação de construir a paz

Acontece nos disas 28, 29 e 30 de Abril.
Coordenadas: Lugo, Galiza

Informação complementar aqui

Saturday, February 18, 2006

concursos de docentes

O corpo do aviso foi publicado no Diário da República hoje, mas os anexos serão publicados, no Diário da República, no dia 22 de Fevereiro.

O concurso terá a validade de 3 anos, independentemente do vínculo que se tenha com o ME.
Até 2009, ano em que abrirá o próximo concurso, as necessidades residuais serão preenchidas por professores do Quadro que não tenham alunos ou por professores contratados.

Mais informação, seguindo o link que está no título.

Sunday, February 12, 2006

Dia do IPATIMUP

16 de Fevereiro é o dia aberto à comunidade e à população escolar do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto.

Sunday, February 05, 2006

Young Children

Um revista que chegou a este blog pelas mãos da mfigueiredo.

Tuesday, January 31, 2006

da banda larga nas escolas...



Agora é que vai... desta vez é que as tecnologias vão entrar em força nas escolas.
Afinal,o grande problema era a falta de banda larga...
Hoje, todas as escolas ficaram ligadas .
A grande inovação do ministério teve honras de reportagem, em directo, com diferentes ministros a visitar uma escola EB1, em que os meninos acediam com facilidade à internet.
Mas a realidade da maioria das nossas escolas foi mostrada logo de seguida, numa Escola EB2, com uma pequena sala em que os alunos tentavam , em vão, aceder à internet para pesquisar diferentes assuntos...
Diziam eles que , por vezes, "era tão lento que podiam ir ao bar, comer e voltar e muitas vezes, tocava e eles não tinham podido fazer nada..."
O professor queixou-se exactamente do mesmo ... Pelos vistos, a banda larga ainda não chegou a todas as escolas... Chegou a algumas...
E não posso deixar de recordar o Projecto Minerva que já nos anos 80 se desenvolvia em muitas escolas, mas cujo balanço global nunca foi feito...
Recordo o esforço que muitos fazíamos para manter as salas onde se desenvolviam os projectos com recurso ao computador, o apoio que tínhamos de pedir a familiares e amigos para resolver os problemas que surgiam, pois as escolas não tinham nenhum técnico que pudesse solucionar as eventuais avarias...
Ah! Mas parece que finalmente as escolas vão ter apoio técnico atempadamente, computadores actualizados, redes funcionais que permitam desenvolver projectos de turma, interdisciplinares, projectos de escola...
Parece que , de uma vez por todas, vão ser resolvidos problemas de infraestruturas básicos para um aproveitamento cabal das tecnologias...
Parece que finalmente os professores se dispuseram a utilizar o computador como uma ferramenta educativa de grande potencial e, na sua escola e turma, em grupo, planificam o seu trabalho e aprendem , em conjunto com os alunos, que muitas vezes dominam melhor o computador que eles próprios...
Parece que finalmente vai haver nas escolas número suficiente de computadores e software (não pirateado...) que permita duas ou três turmas em simultâneo terem possibilidade de terem as suas aulas ( de diferentes disciplinas) em salas onde existam computadores ligados...
Parece....!

Sunday, January 15, 2006

O ensino pode melhorar!

Está aberto o período de apresentação de candidaturas para as seguintes Acções do Programa Sócrates:

COMENIUS
ERASMUS
GRUNDTVIG
VISITAS PREPARATÓRIAS
Mais informação aqui

Monday, January 09, 2006

ano novo, revista nova

O Público acaba de lançar uma revista dedicada à educação. Pontos nos ii estará na rua a partir de amanhã. Poderemos ir buscá-la à banca, ou aqui.

Vêm com ânimo, como se pode ver pelo editorial:
"Não há muito, em Paris, viu-se fogo. Entre nós, não o vemos, mas já arde. Por favor inquietem-se. Os professores estão desmotivados. Os alunos desinteressados. Os pais ocupados com a sobrevivência e o emprego. Os políticos fixados na «verdade » que julgam possuir.
Pontos nos ii nasce para inquietar, para debater, para mobilizar, para apressar 30 anos de marcha lenta em Educação.
Utópicos? É! Nós aqui somos utópicos!"

Boas leituras!

Friday, January 06, 2006

lisboa, 2006

ou de como há escolas públicas, "bem localizadas", onde não há internet, onde não há aquecimento central, onde os professores almoçam numa sala de aulas... e muito mais!

in a while crocodile

Wednesday, January 04, 2006

As inovações "velhas" do M.E.

O início do 2º período foi anunciado com grandes "medidas" inovadoras para combater o insucesso escolar... Aqui
Ao lê-las, senti-me perplexa... Planos de recuperação para alunos? Há pelo menos 10 anos, que eles são feitos pelos professores, pelos conselhos de turma e aos pais é solicitada a sua cooperação... Se são bem feitos, é outra questão, mas que são uma das medidas praticadas obrigatoriamente nas escolas, são...
A propósito, um episódio passado comigo há cerca de 13 anos...
Numa turma do 6º ou 7º ano, ( já não me recordo bem e não me apetece ir consultar as agendas antigas) tinha um elevado número de alunos com fortes probabilidades de reprovarem. Elaborei um plano de recuperação, muito completo, que necessitava de um professor para ser concretizado!
Entregue no Conselho Directivo (ainda não havia Conselho Executivo!), foi-me proposto que eu mesma o concretizasse, para o que me seriam atribuídas horas extraordinárias!
Não aceitei, pela razão muito simples de que achei imoral aceitar horas extraordinárias, quando havia professores desempregados e juntando todas as horas extraordinárias que estavam distribuídas na escola, um horário completo podia ser entregue a um professor.
Então, foi-me comunicado que, consultada a C.A.E. (ainda havia C.A.E.s..), não se podia levar a cabo o plano de recuperação.
Como era Directora da Turma, convoquei todos os Encarregados de Educação a quem comuniquei a situação. Afinal, se havia Plano de Acompanhamento para os alunos, quem tinha de proporcionar os meios de execução do mesmo, era o Ministério!
Um dia depois de a C.A.E. ter sido informada da realização desta reunião, foi colocada uma professora na Escola com quem colaborei na execução do plano! E nessa época, não havia ainda SIC ou TVI...
Será que as medidas do Ministério, que não têm nada de novo, vão finalmente proporcionar às escolas meios para concretizar os Planos?
Se tal não acontecer, continuaremos a ver planos de faz -de-conta e "sucesso"estatístico, deliberado nas reuniões de avaliação, para "não ter de preencher tanta papelada"...ou então, como tem sido usual nesta equipa do ministério, daqui a duas ou três semanas apresentam novas "medidas" para corrigir estas...

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