VSO needs you

-Quando é que este título deixa de ser ficção?-

Friday, July 29, 2005

good news

este blog voltará à vida na próxima semana.
fica ameaça:)

Saturday, July 16, 2005

congresso

O 27º Congresso do Movimento Escola Moderna vai realizar-se de 20 a 23 de Julho, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (cidade universitária).
Mais informações aqui, porque o Movimento Escola Moderna ainda não tem sítio na rede, mas irá em breve ter um.
Mais informações sobre o MEM, neste artigo, deste excelente jornal.

Mãos, que ajudam a abrir as portas das nossas escolas.
Cabeças que pensam a educação
Profissionais conscientes do seu papel
Pessoas que acreditam nas pessoas
Um incentivo à mudança
Um grito pela melhoria!

inscrições e informações complementares aqui

Thursday, July 14, 2005

Imagens de escola

Um excerto de uma tese de mestrado defendida Há cerca de 11 anos...
"Em relação ao conceito escola, assumido aqui como organização social e sendo um conceito chave no processo de formação contínua de professores, trata-se para além de um conceito, de um contexto educativo e social nem sempre fácil de compreender e de explicitar.
Antes porém de se proceder à análise do conceito escola, enquanto construído social, com funcionamento complexo e multidimensional, afigura-se relevante apresentar, ainda que socorrendo-nos de uma linguagem metafórica, utilizada por Garcia (1994) as diferentes imagens com que a escola foi, é e ainda vai sendo comparada actualmente. As “imagens” mais frequentemente associadas ao conceito de escola são:
- como uma FÁBRICA, onde a produção de conhecimentos em massa, o controlo de qualidade da aprendizagem, a descrição pormenorizada das tarefas a seguir, imperam numa lógica de racionalização, assumindo a escola um papel de socialização e homogeneização social;
- como um HOSPITAL, onde os professores devem prestar uma atenção especial ao indivíduo e suas necessidades específicas, caracterizando-se por uma separação clara entre as decisões relativas à gestão da instituição e às decisões claramente profissionais da responsabilidade do conhecimento dos professores;
- como uma FAMÍLIA, onde se salienta a comunicação educativa, com papéis claros e definidos dos diferentes intervenientes — professores, pais, alunos, directores, pessoal auxiliar — destacando-se a componente afectiva e relacional;
- como uma ZONA DE BATALHA, na medida em que os conflitos entre os diversos actores abundam, às vezes a nível organizativo, outras vezes a níveis pessoais e de grupo, o que torna, por vezes, as escolas em verdadeiros “campos de batalha” pelo poder;
- como um TEATRO, porque permite interpretar o que acontece numa escola como representações dos diferentes papéis que os actores desempenham, sem que abdiquem da sua própria identidade pessoal.
Uma leitura ainda que linear destas “imagens” mais comuns relativas à escola deixa claro a complexidade de funcionamento da instituição escolar, sujeita a uma forte pressão social, à exigência de objectivos múltiplos complexos e por vezes, mesmo contraditórios. A escola, enquanto instituição contribui para reproduzir, recriar e promover relações sociais tanto pelo que ensina explicitamente (currículo explícito), como pelo tipo de relações e aprendizagens implícitas que permite (currículo oculto), podendo-se ainda assimilar a esta escola a função de instrumento de compensação de desigualdades sociais, devendo para tal ser capaz de oferecer oportunidades de formação a todos os cidadãos independentemente ou em função das possibilidades económicas das famílias."


As perguntas de então mantêm a sua validade hoje:
É esta a escola que temos?
Quais as funções do professor numa organização tão complexa?
Qual a imagem de escola que prevalece no nosso sistema educativo?

As escolas, os professores e as novas medidas...

Novas medidas para a educação ou melhor para o funcionamento das escolas foram anunciadas pelo ministério da educação...
Mais tempo na escola... sempre defendi que os professores deviam preparar todo o trabalho nas escolas, mas a realidade é esta: nunca encontrei escolas com locais de trabalho adequados para professores.
As salas de professores não são gabinetes de trabalho...
O número de salas não permite que os horários dos alunos sejam mais adequados...
Nenhum professor pode proporcionar ensino individualizado quando num dia normal, de 50 em 50 minutos, muda de sala e de turma , com cerca de 28 alunos. Num dia normal de aulas, o professor interage com cerca 90 alunos ( se tiver 3 turmas num dia...). Quem é que consegue dar a devida atenção a tantos alunos, cada um diferente do outro?
Recuso a massificação do ensino, mas a qualidade da escola passa por muitas condições de trabalho que não existem....
Receio bem que tais medidas só contribuam para incrementar nos professores uma postura mais adequada ao "funcionário público", burocratizado, do que ao "Professor-Formador" que um ensino de qualidade exige...

Wednesday, July 06, 2005

Educação / Formação de Adultos ... Uma realidade ignorada...

Um País define-se pela formação da sua população activa.
Que medidas estão preconizadas para a Formação de Adultos?

Cada pessoa constrói-se a partir da sua experiência, dos seus interesses, da sua vontade e/ou necessidade de saber.
Nenhum de nós, criança ou adulto é uma espécie de saco ( a nossa cabeça), onde alguém muito erudito ( na cabeça de muitos, o professor), deposita os conhecimentos que alguém (Ministério) determinou necessários.
A aprendizagem implica vontade, interesse e esforço.
Não há aprendizagem sem trabalho próprio e ninguém aprende se não vir vantagens e/ou utilidade nessa aprendizagem.
Educar não significa apenas instruir, obter diplomas ou certificados, por muito necessários que eles sejam numa época em que os valores, os saberes, os interesses sofreram grandes alterações...
Educar implica desenvolvimento da pessoa, crescimento, vontade de aprender, vontade de compreender o que se passa à sua volta, de acompanhar o ritmo da vida, enfim vontade de não ficar para trás.
Educar / Formar implica antes de tudo um Projecto de Vida individual e/ou colectivo.
Não há Formação sem Projecto.

conhece alguém que tenha escolhido ser professor pelo "estágio remunerado"? - II

Confesso que encontrei dezenas de alunos que optaram por este curso por "exigir médias mais baixas"( o que , na minha opinião é extremamente grave para um sistema de ensino de qualidade)

o governo afirmou que vai impedir o acesso de alunos que não tenham tido a disciplina de matemática no ensino secundário e àqueles que tenham nota negativa. menos mal.

A grande questão que continua a pôr-se é: o que é ser professor? Será que ser professor é uma profissão no sentido que é dado sociologicamente a este termo?Esta é uma questão que gostaria de ver debatida.

o que se espera de um professor na actualidade?

Quanto ás medidas anunciadas são apenas medidas "económicas", mascaradas de "melhor rendimento", "melhor ensino", "mais qualidade", etc., etc,...Poupem-me á hipocrisia...

o problema é que demasiadas vezes os ministérios da educação tomam medidas radicais para que as pessoas sintam que “eles” se estão a mexer, porque os pais se queixam, porque os resultados escolares do nosso país são o que são, porque se gasta já tanto em educação e não se vêem melhorias significativas... Lembro-me, por exemplo, da anterior ministra da educação ter afirmado que iria acabar com a área de projecto, porque considerava que esta área* estava a “roubar tempo” ao ensino de matemática e da língua materna.


* considerada, infeliz mas compreensivelmente, como uma área curricular não disciplinar, porque não se conseguiu generalizar o verdadeiro recurso ao trabalho de projecto. Na realidade, esta área não deveria existir, todo o trabalho desenvolvido nas escolas poderia desenvolver-se a partir de projectos.

politicamente incorrecto

quando é que as instituições de ensino superior começam a convidar alunos a mudar de curso?
ser professor é para quem pode e não para quem quer!

Sunday, July 03, 2005

Conhece alguém que tenha escolhido ser professor pelo "estágio remunerado"?

Ouvir a Sra. Ministra da Educação dizer que muitos jovens escolhiam o curso de formação de professores porque tinham o "estágio" remunerado deixou-me surpreendida e pasma... Possivelmente ouvi mal, já que estava lendo uns relatórios e ouvindo o debate , mas que essa afirmação foi feita, não duvido..
O pasmo adveio-me de nunca ter encontrado tal razão nos centenas de alunos com quem trabalhei/ajudei na formação nem nos colegas de escola(s)
Confesso que encontrei dezenas de alunos que optaram por este curso por "exigir médias mais baixas"( o que , na minha opinião é extremamente grave para um sistema de ensino de qualidade); encontrei alunos que entraram nestes cursos como poderiam ter entrado noutro qualquer ( a sua única pretensão era poderem ter uma licenciatura e a de ensino estava mais á mão, o que continua a ser muito grave quando se pretende um ensino público de qualidade); encontrei alguns, muito poucos que escolheram o curso porque queriam ser PROFESSORES.
Nas Escolas, encontrei engenheiros, advogados, economistas, arquitectos, etc.etc. que procuraram no ensino o "emprego" que não conseguiram no seu ramo. Professores, por opção consciente, não tenho encontrado muitos. Mas, destes últimos, a maior parte já está profissionalizado, instalado no sistema e pessoalmente não acredito que venham a mudar o seu modo de estra na profissão com as novas medidas. Pelo contrário, penso que as vão utilizar para justificar ainda melhor o não empenho na educação.
A grande questão que continua a pôr-se é: o que é ser professor? Será que ser professor é uma profissão no sentido que é dado sociologicamente a este termo?
Esta é uma questão que gostaria de ver debatida.
Quanto ás medidas anunciadas são apenas medidas "económicas", mascaradas de "melhor rendimento", "melhor ensino", "mais qualidade", etc., etc,...
Poupem-me á hipocrisia...

Contributors

sitemeter