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-Quando é que este título deixa de ser ficção?-

Friday, September 16, 2005

concurso do país das maravilhas

(caso verídico)
O António é dador de aulas.
O António foi de Chaves para Loulé vender aulas.
O António tem uma esposa e um bebé de 8 meses.
O António foi de Chaves para Loulé dar aulas.
Quando soube que tinha ficado colocado tão longe, o António ficou muito triste por ter de ir viver para longe da sua companheira e do respectivo rebento.
Mesmo assim, resolveu rumar a sul.
Ora porqueêêêêêêêê? perguntamos nós.
Ora, porque o António efectivou naquela escola. Por outras palavras, o António pode trabalhar naquela escola para sempre e nunca ninguém o mandará embora, porque o lugar é dele.

Ninguém que tenha um palmo de testa compreende que existam tantos Antónios a ir de Chaves para Loulé ao mesmo tempo que o mesmo número de Antónios vão de Loulé para Chaves. Ninguém, porque se fazem falta nos dois sítios, por que é que não se podem aproximar de casa os professores?
Por outro lado, ninguém mexe uma palha (onde estão os sindicatos?) para mudar o status quo. E porquê?
Porque se instituiu que "oh coitadinho, é professor e veio de lá tão longe e é pai de uma bebé linda e tem lá a esposa que acaba de ser operada e tem lá o pai que está acamado e depende dele e e e e", por isso "é natural que meta atestado no carnaval, porque assim pode ir passar uma semana à terra"
e deixa andar, que é este o país que nós estamos a construir!

(atenção, este caso é verdadeiramente verídico)





(atenção, este caso é um caso verídico)

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