A ideia dos "serviços mínimos" é bem portuguesa. Vidas preenchidas de queixumes vazios e levianos. Quantas vezes se ouve por aí dizer que "a galinha da vizinha é melhor que a minha", sem que haja um esforço por melhorar a sua capoeira...
É sempre mais fácil culpar os outros, as instituições, os anónimos, em vez de agirmos no nosso espaço, no nosso meio. Queremos que "alguém" faça alguma coisa e reclamamos que "ninguém faz nada por mudar esta situação", mas são poucas as vezes que adoptamos uma postura interventiva, de cidadãos informados, críticos, interessados, vivos!
Hoje no Público, Paulo Trigo Pereira expressa a sua opinião sobre esta estranha greve que se tem vivido nos últimos dias e apela ao exercício da cidadania.
"Não convém subestimar a assimetria existente entre, por um lado, a pouca influência dos largos grupos latentes, sem expressão organizada, de alunos, professores que não se sentem devidamente representados, pais que não se expressam em associações e, por outro, os grupos fortemente organizados dos sindicatos, com financiamento próprio, isenção de docência, páginas na Web, apoio jurídico, pareceres, etc.
Só há duas formas de defender aqueles grupos latentes. O exercício individual e generalizado da cidadania..."
Mais adiante*, ainda no mesmo jornal (que já não se pode ler online gratuitamente), acabo por encontrar o Miguel Sousa Tavares:
"Haverá ainda, na consciência da maioria dos portugueses, a noção de que um país se constrói com o esforço, a iniciativa, o trabalho, e se necessário, o sacrifício de todos, na medida das respectivas responsabilidades? De que um país não pode depender apenas ou principalmente do Estado, do Governo, das iniciativas e dos dinheiros públicos? Que a cidadania não é só direitos adquiridos e benesses garantidas eternamente, sem relação com a produtividade, o crescimento, a competitividade, a qualidade daquilo que se faz e se produz?"
uma pessoas às vezes desespera...
*Sim, porque gosto de ler o jornal do fim para o princípio, ou do meio para o fim e daí para o princípio, ou até mesmo do princípio ao fim. Depende.
VSO needs you
-Quando é que este título deixa de ser ficção?-
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